quarta-feira, 6 de maio de 2009

Volta Selvagem

. (clicar nas fotos para ampliar) (o menu do blog encontra-se no fim)
É disto é que eu gosto. Andar três dias com os chinelos presos ao quadro da bicla e uma mochila de 20l com a água, umas barras de cereais, a escova de dentes e uma pequena muda de roupa para a noite. De resto, é só pedalar e desbravar trilhos e caminhos desconhecidos.
O Tó baptizou esta volta como a Volta Selvagem, pois a maior parte do percurso é feito nas zonas mais inóspitas e inabitáveis de Portugal, que felizmente ainda existem.
Deixámos o carro em Monforte da Beira e fizemos aquilo que o GPS nos mandava fazer, seguir por um caminho pelo meio do montado de azinheiras e carvalhos. Os primeiros quilómetros são muito rápidos. Sempre em talega, palmilhamos efusivamente os bonitos caminhos com muito bom piso, até chegarmos à ribeira do Aravil, onde três espectadores atentos nos observavam, à espera que déssemos alguma queda ao atravessar a ribeira. Apesar de os termos decepcionado, os homens não deixam de nos incentivar ao ver-nos a superar tamanha subida depois da ribeira.
Depois de passarmos pela minúscula aldeia de Cegonhas, subimos para um planalto de onde voltamos a ter vistas soberbas. Ao passarmos perto do Rosmaninhal, vimos um trilho encaixado no vale e, como não conseguimos resistir, desobedecemos às indicações do GPS e metemo-nos por ele. Descemos até bem perto do Tejo, junto ao Monte Barata, onde a Quercus tem umas pequenas casas de apoio ao Parque Natural do Tejo Internacional, e inclusive tem um espaço com cerca de 25 camas e uma cozinha. O local é muito agradável para passar uns dias de férias a caminhar e a observar veados, javalis e as muitas aves existentes no parque.
Voltamos a apanhar o belo e selvagem trilho, que a certa altura se torna bastante técnico, fazendo com que o Tó continuasse a saga do Super-Homem, ao tentar fazer um voo rasante sobre umas pedras aguçadas. Felizmente a frustrada imitação limitou-se a umas pequenas escoriações.
A aldeia do Rosmaninhal não podia ter um nome mais adequando. As extensas áreas de rosmaninho em flor, para além dos deliciosos aromas, proporcionam um cenário muito bonito. Não passamos pela aldeia e continuamos num constante sobe e desce, quase sempre por entre velhos carvalhos e azinheiras.
O montado dá lugar a extensas áreas de estevas em flor, que libertam o típico odor que se entra na nossa roupa. As estevas continuam por áreas intermináveis, acompanhando-nos no sobe e desce, até que descemos para o vale do rio Erges. Apesar de não o atravessarmos – o que é impossível devido à forte corrente –, tivemos de rastejar para atravessar uma vedação e logo de seguida passar uma ribeira. A carta militar dizia que havia um caminho, mas este não passava de uma utopia. Assim, tivemos de improvisar um caminho para sair do vale. Encontramos um trilho feito por javalis e, que nem uns “javalis”, lá fomos furando as estevas que, ao se prenderem nas bicicletas, dificultavam a progressão. Felizmente eu tinha perneiras, que me protegiam das arranhadelas das urzes; mas o Tó não tinha, e não tardou muito a ter as pernas quase em chagas. Afinal de contas estávamos na Páscoa, portanto, as chagas do Tó até estavam enquadradas no espírito da época.
Ao fim de meia hora começou a aparecer um trilho e começámos a pedalar, mas por pouco tempo. Um cavaco mais afiado espetou-se no pneu e este vasou, e como o líquido do tubless não conseguia tapar tamanho buraco, tive de meter uma câmara-de-ar.
Finalmente a pedalar. Voltamos a entrar numa zona bastante frisada, mas um pouco feia devido aos eucaliptais. De seguida, apanhamos uma estrada muito secundária e, empurrados pelo forte vento de Noroeste, chegamos num ápice a uma calçada romana que nos levaria até à bonita vila de Segura. Apesar de ser bastante bonita, por vezes as casas “típicas” dos emigrantes destoam. Estes vêm “iluminados” das novas terras de adopção e metem-se a construir casas gigantescas com arquitecturas bastante desenquadradas e feias, na minha opinião. É natural que os emigrantes queiram evidenciar o seu sucesso, pois a vida foi-lhes muito difícil, mas penso que as autarquias podiam colocar um pouco de bom senso nessas pessoas, ou pelo menos fazerem um plano urbanístico mais adequado e mais real, para preservar a bonita arquitectura raiana.
A saída de Segura é feita por um bonito caminho ladeado por muros de pedras, mas não tardou muito a ficarmos sem caminho. Ou eram as vedações, ou os caminhos que simplesmente deixavam de existir. Com o abandono dos campos é natural que os caminhos desapareçam ou fiquem em muito mau estado. Tivemos de voltar para o asfalto, para fazer mais uns quilómetros até Salva Terra do Extremo.
Para além dos dois ciclistas, um pouco insanos, passaram por Salva Terra do Extremo Romanos, Visigodos e Muçulmanos, até que no tempo de Afonso Henriques ficou estabelecida a actual fronteira. Para defender o território, este rei mandou erigir um castelo, que agora não passa de um vestígio, apenas perceptível numas pequenas ruínas, ao contrário do castelo de Zarza la Mayor, do outro lado do rio Erges. Pareceu-me que os espanhóis estiveram melhor, pelo menos no que diz respeito à resistência dos castelos. Quanto a nós, podemos ter perdido o castelo, mas temos penedos, castanheiros, carvalhos, azinheiras e trilhos muito mais bonitos. “Betetamos” em redor da vila por trilhos de pedra centenários. São fabulosos, mas exigem a aplicação da nossa massa muscular para superar as íngremes subidas. O caminho entre Salva Terra do Extremo e Termas de Monfortinho é uma “delícia”, voltamos a andar em talega a alta velocidade.
Bem que podíamos ser intitulados os betetistas vaqueiros. Durante um quilómetro, fomos fazendo de vaqueiros a uma manada de vacas estramalhadas que corriam desenfreadamente à nossa frente. Foi o delírio, felizmente elas não se viraram para nós e ao fim de algum tempo saltaram uma cerca e foram à sua vida.

O caminho voltou a desaparecer e tivemos de atravessar um enorme campo de pasto, com terreno muito esburacado, que massacrou, e de que maneira, os meus glúteos. O dia já ia muito comprido e as Termas ainda estavam um pouco longe. Andamos o mais que podemos até que optamos por ir para a estrada, pois já era de noite.
A senhora da residencial Pensão Familiar era muito simpática, serviu-nos uma terrina de sopa e umas postas de bacalhau assado com “meio metro de espessura”, muito bem guarnecido. Jantar, dormida e pequeno-almoço custaram só 30 euros, uma pechincha.
Estávamos bastante cansados, tínhamos saído de Lisboa às 6h30 e começado a pedalar em Monforte da Beira pelas 9h. A “betetada” tinha rendido cerca de 2800m de acumulado de subida e pedalados 105km de distância.

Deixamos as Termas de Monfortinho e metemo-nos por um caminho que acompanha por 20km o rio Erges. Este rio faz a fronteira entre Portugal e Espanha por muitos quilómetros, desde onde ele desagua no Tejo até mais a jusante, bem perto da Serra da Malcata. Penso que nasce na Serra da Gata, que é uma continuação da Serra da Malcata no lado Espanhol.
A paisagem que ladeia o rio é muito bonita, tanto do lado espanhol como do português. De vez em quando passam que nem “mísseis” veados assustados pela nossa presença. Desde a zona do Tejo que era frequente vermos veados fora das vedações dos coutos de caça. Uma grande parte do Tejo Internacional percorrida no dia anterior e toda a zona em redor das Termas de Monfortinho pertencem a um grupo bancário. Este grupo é daqueles que “choram”, pedem dinheiro ao Estado e “esfolam” os seus clientes, incluindo eu. São tão pobres que compram áreas enormes e vedam-nas com redes que mais me fazem lembrar um campo de concentração. Tudo isto para que os ricos possam divertir-se com a matança indiscriminada dos indefesos bichos. Sei que a caça está enraizada na cultura portuguesa e que é inevitável, eu próprio sou filho de caçador e como comida proveniente da mesma. Mas uma coisa é fazer uma matança só para satisfazer o ego dos caçadores, outra coisa é matar para o sustento, ou para fazer um petisco para o convívio com os amigos. Por outro lado, também admito que a criação de reservas veio trazer o repovoamento de muitas espécies que já escasseavam por doenças ou por terem sido caçadas até quase à extinção. Claro que o pretexto das reservas e de recuperar o número de animais se deve sobretudo a uma questão de euros, pois isto tudo resume-se à obtenção de lucro e não à essência principal do assunto, que é a preservação dos animais. Em conclusão, é estranho o amor que o homem tem pelos bichos, ao criá-los, mas, depois, mata-os sem hesitar, só por diversão.
Por algumas vezes, tivemos de transpor as cercas para continuarmos. Deixamos a bonita margem do rio e subimos para um planalto bastante árido, onde predomina o eucalipto, mas até este tem dificuldade em crescer num solo extremamente pobre. Deixamos o planalto e começamos a subir lentamente para a Serra da Malcata. O piso piora um pouco e torna-se bastante inclinado. Não imagino subir a serra em dias de calor, deve ser para “destilar”. Superada a primeira subida, o caminho segue num sobe e desce constante, ao longo da fronteira de Espanha. Como existe um caminho de cada lado da fronteira, por vezes, eu e o Tó pedalamos lado a lado, em países diferentes.
A Serra da Malacata é talvez o local mais isolado e selvagem de Portugal. Predomina o mato característico das montanhas e o pinheiro, que tem sido dizimado por um estranho vírus. A lagarta do pinheiro também é uma constante; por vezes a copa dos pinheiros mais me parecem um campo de cardos em flor.
Percorremos a serra ao longo de muitos quilómetros e começamos a descer para a aldeia da Malcata. Já tínhamos feito 60km e ainda não tínhamos visto vestígios humanos, nem um carro, nem uma casa, praticamente nada, a não ser um pastor no alto da serra. Em Malcata aproveitamos para saciar a fome, que já era muita.
Tivemos de seguir por estrada. As cartas desactualizas não mostravam a barragem que foi construída recentemente, mas não demorou muito a entrarmos num caminho. E que caminho! Gigantescos penedos e pequenos carvalhos fazem deste local um ex-libris para o BTT. Voltamos a andar muito depressa. O caminho era fabuloso e muito rápido, mas não deixava de ser técnico, com alguns saltos e “releves”. Caminhos assim são um gozo e fazem-nos “voar”.
Num ápice chegamos a Sortelha. Na minha opinião é talvez a aldeia mais bonita de Portugal. O castelo, erguido num alto, dá a ideia que se vai precipitar para o vale de Riba Côa. Atravessamos a vila, toda ela muito bem cuidada, com as suas casas em granito, confundindo-se por vezes com os enormes penedos. Do castelo as vistas são soberbas, avista-se desde a Serra da Malcata até à Serra da Estrela, que estava branca devido ao nevão dos dias anteriores. Na zona em redor do castelo faz-me impressão ver tantos carros. Fico um pouco irritado, admira-me como é que em locais históricos, como é o caso de Sortelha, permitem o trânsito a automóveis de pessoas não residentes. O problema não está só no facto das identidades responsáveis o permitirem, mas também na “mania” que as pessoas em Portugal têm de tentar levar o carro até onde podem; neste caso, quase que entram dentro do castelo.
Deixamos a fabulosa vila por uma calçada romana, daquelas de fazer estremecer o corpinho todo. Não admira que os neolíticos se tenham instalado nesta zona há uns milhares de anos, é mesmo a terra da pedra. E nós parece que voltámos a entrar na Idade da Pedra: só que eles partiam as pedras para as usarem como utensílios e nós destruíamos as biclas e massacrávamos o esqueleto todo. Pode-se dizer que eles eram bem mais inteligentes que nós, pelo menos não davam cabo do “cabedal”.
Após a demolidora descida, seguimos pelo vale num misto de caminhos e estrada muito secundária, acompanhando, por vezes, uns canais de água. Chegamos a Benquerença e aproveitamos para abastecer os famintos estômagos.
De Benquerença até Penamacor tivemos de atravessar uma pequena serra dominada totalmente pelos eucaliptos. Pelo contrário, a subida e entrada na vila de Penamacor é bastante agradável, por um caminho ladeado de velhos sobreiros.
Na terra de Vamba, famoso rei dos Visigodos, que governou a Península entre 672 e 682, ficámos alojados numa estalagem com mais de duzentos anos. A senhora que nos acolheu era muito simpática, mas falava, falava, falava... Ficámos a saber a vida dos filhos, pais, avós, irmão, sogros, cunhados, cunhadas, vizinhos, etc., etc. Apesar da idade já um pouco avançada, ela toma conta da velha estalagem sozinha, mantendo-a muito bem cuidada.

O pequeno-almoço foi soberbo, a senhora apaparicou-nos ao máximo, servindo-nos um manjar delicioso.
Deixamos Penamacor, nome que uma lenda diz provir de um célebre bandido chamado Macôr. Dizem que o salteador vivia numa caverna com o nome de Penha. Com o passar do tempo, o nome alterou-se para Pena, ficando a terra a ser conhecida por Penha de Macôr ou Pena Macôr. Outra versão da lenda sobre a origem do nome da vila, diz que este provém de uma luta feroz entre os seus habitantes e salteadores. Essa luta deu origem a um tal derramamento de sangue que, de tão má cor que tinha, a vila ficou a ser conhecida por “Penha de má cor”.
O caminho é fabuloso. Com o piso em bom estado, rolamos depressa pelo meio de muros de pedra ainda intactos e bem cuidados. A subida para a Serra do Ramilo é feita por um corta-fogo. Que nem uma “burra” teimosa, a bicla não quer fazer tamanha subida devido à forte inclinação e ao mau piso, mas não é mais teimosa do que eu.
Pedalar na crista da Serra do Ramilo é muito bonito, as vistas são sempre fabulosas, vislumbrando-se em redor as montanhas e planícies. Ao longe avistamos Monsanto. Eu e o Tó baptizamo-lo com o nome de “calhau”, pois o pico, com os seus 758 m de altitude e toda a sua envolvência, faz parecer que se trata de uma única rocha.
A descida da Serra do Ramilo até começarmos a subir para Monsanto é feita velozmente, mas a subida para Monsanto é que já não foi bem assim. O nome “calhau” não podia ser mais bem aplicado. A subida é feita pela milenar calçada romana, ladeada de enormes penedos e sobreiros centenários. O meu traseiro reclama, e de que maneira, devido ao trilho muito pedregoso.
Os poucos quilómetros feitos nos últimos tempos começam a fazer “moça”; o meu corpo já não estava habituado a tamanhas distâncias e a tantas horas em cima da bicla. A má preparação, o mau piso e o forte desnível fazem da subida um desafio enorme, que pouco a pouco foi superado pelos cansados músculos que não paravam de reclamar.
A descida da aldeia do Monsanto é fantástica, é feita por um trilho de calçada romana ladeado por gigantescos sobreiros. O meu “esqueleto” é que não achou muita graça. O acidentado relevo do piso faz com que a suspensão da bicla não consiga absorver a forte irregularidade da calçada, fazendo com que o meu corpo se torne num verdadeiro amortecedor. (É nestes momentos que sonho com uma suspensão total!)
Depois do “calhau”, descemos velozmente até à antiga aldeia de Idanha-a-Velha. Já perdi a conta ao número de vezes que passei por esta maravilhosa aldeia, no entanto, ela continua a exercer um enorme fascínio sobre mim, quer pela beleza da aldeia em si, quer pela paisagem que a envolve. Paramos numa tasca para comer uma deliciosa sandocha de queijo de cabra bem fedorento.
Deixamos Idanha-a-Velha e subimos para um planalto, onde rolamos até Alcafozes. Esta aldeia no meio do nada tem a particularidade de ter uma ermida­-santuário dedicada a Nossa Senhora do Loreto, a padroeira da aviação. A testemunhar este facto encontrar-se no recinto das festas um avião T-37C, pertencente aos Asas de Portugal.
Cerca de oito quilómetros depois, passamos pela Igreja da Sr.ª do Almortão, de grande devoção entre as gentes rainas. Duas semanas depois da Páscoa, é costume fazerem uma enorme romaria em devoção à santa. Uma coisa que me fez imensa impressão e mais uma vez me deixou irritado foi o facto de terem feito uma estrada de duas faixas, com rotundas enormes com saídas para o meio do descampado (deve ser para o trânsito do gado), num local onde só existe a pequena igreja e cuja aldeia mais próxima fica a mais de oito quilómetros. Fizemos parte dessa estrada e durante o percurso não passámos por um único carro, e era dia de Páscoa! Passamos apenas por uma hippie que deambulava por ali de bicicleta. Todo o alcatrão foi colocado só para três dias de festa. Bem que se pode dizer que é o alcatrão e Portugal no seu melhor.
Fizemos alguns quilómetros junto ao rio Ponsul, numa zona de grande exploração agrícola, principalmente pecuária. Pedalávamos tranquilamente até que apareceu um boi, que teimava em não sair do caminho. Quando se dignou a andar, entrou numa cerca onde estavam as vacas e as crias, gerando o caos e pondo o gado todo num alvoroço. A dada altura as crias passaram pelo meio da vedação e foram para outra cerca, do outro lado do caminho. Quando demos por isso estávamos encurralados entre as vacas e os bezerros, numa posição muito crítica. A qualquer altura as vacas podiam investir sobre a cerca e logo de seguida sobre nós, para poderem chegar às suas crias. Subitamente as nossas dores musculares desapareceram e pedalámos mais do que nunca para sair daquele local que estava prestes a ser varrido por uma manada.
Livres daquela situação, não tardou a aparecer-nos outro boi no meio do caminho, com a cabeça colocada para baixo e com aquele olhar de quem vai investir a qualquer momento. Eu não esperei muito, atirei a bicla para o outro lado da cerca e, que nem uma mola, saltei. O Tó resolveu defrontar o bicho e, por incrível que pareça, este continuou na mesma posição enquanto o Tó passava a uns escassos 2 metros de distância dele.
Não demorou muito até chegarmos ao Ladoeiro e logo de seguida, vestidos a rigor, passámos pelo meio do arraial. À medida que nos íamos afastando da vila, ainda escutávamos a música pimba que ecoava pelos montes e vales.
O caminho volta a ser fabuloso. Empurrados pelo vento, pedalamos a alta velocidade pelo meio do montado até voltarmos ao rio Ponsio, para logo de seguida subirmos para um bonito planalto de montado e finalmente voltarmos para Monforte da Beira, onde o carro nos esperava para regressarmos a casa.
Custou-nos mais a viagem de regresso a casa do que os 350km de travessia feitos nos três dias. Era dia de Páscoa e o trânsito estava infernal, se continuássemos a pedalar era muito provável que chegássemos mais cedo a casa.
Foram três dias magníficos, pelos caminhos e trilhos mais selvagens de Portugal. A zona da Raia é toda ela muito bonita, é onde se encontram as aldeias mais antigas e típicas do nosso país, foi onde se travaram inúmeras batalhas desde o paleolítico até à definição da fronteira actual. No entanto, a grande batalha neste momento é a desertificação humana e do solo que assola aquela maravilhosa região.

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